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Como prevenir e lidar com um Ataque de Pânico na sua Organização?

Como prevenir e lidar com um Ataque de Pânico na sua Organização?

A propósito do Dia Internacional do Pânico, que se assinala a 18 de junho, e tendo em conta que os ataques de pânico são um fenómeno cada vez mais frequentes, importa esclarecer alguns conceitos e refletir sobre esta temática.

Conhecendo os sintomas, as causas, as estratégias para prevenir e lidar com ataques de pânico estamos a promover a diminuição da ocorrência e do impacto negativo que os ataques de pânico desencadeiam nas pessoas e nas organizações.

O que é um ataque de pânico?

Um ataque de pânico é “uma onda abrupta” de medo intenso que aparece de forma repentina e desencadeia um conjunto de sensações físicas que podem assemelhar-se a um enfarte ou originar uma sensação de morte iminente. É importante termos em conta que apesar dos ataques de pânico poderem ser muito assustadores, não são perigosos e ocorrem em situações aparentemente inofensivas.

As suas causas ainda não são bem conhecidas, contudo, fatores genéticos, ambientais e psicológicos parecem estar envolvidos.

Por vezes, quando estes se repetem podem originar um medo constante de ter um novo ataque de pânico, levando a pessoa a evitar situações em que estes possam ocorrer. Embora esse evitamento possa aliviar a ansiedade a curto prazo, só piora o pânico a longo prazo, originando um círculo vicioso que resulta num pânico patológico. A procura de ajuda profissional é fundamental. Os ataques de pânico sem tratamento comprometam a qualidade de vida das pessoas, pois afetam todas as áreas da vida, tanto a nível pessoal como profissional.

Quais são os sintomas?

Os ataques de pânico ocorrem subitamente e podem ocorrer em qualquer circunstância, como em casa, num centro comercial, a conduzir, a dormir, no trabalho, entre outras. Os sintomas geralmente atingem a sua intensidade entre 5 a 20 minutos e, no final, geralmente ocorre uma sensação de grande cansaço.

Os sintomas mais comuns são:

  • Palpitações, taquicardia;
  • Sudorese;
  • Tremores;
  • Sensação de falta de ar;
  • Dor ou desconforto torácico;
  • Náuseas ou desconforto abdominal;
  • Tonturas, sensação de desmaio;
  • Calafrios;
  • Sensações de formigamento;
  • Sensações de estar fora de si ou fora da realidade;
  • Medo de perder o controle;
  • Medo de morrer.

O que fazer se um colaborador tiver um ataque de pânico?

Os ataques de pânico geralmente são de curta duração, contudo podem ser aterrorizantes e debilitantes. Como acontece com outro problema de saúde física ou mental, é muito importante que os líderes e os colegas transmitam apoio e compaixão.

Algumas das estratégias que podem ser utilizadas para ajudar um colaborador a se acalmar durante uma crise são:

  1. Manter a calma e procurar transmitir segurança;
  2. Não tentar explorar a origem/causa dos sintomas;
  3. Perguntar à pessoa de que é que ela precisa naquele momento;
  4. Ajudar a pessoa a controlar a respiração. Modelar inspirações e expirações lentas e profundas;
  5. Promover a atenção para estímulos exteriores de modo que a pessoa desfoque a atenção dos sintomas e dos pensamentos negativos e se foque nos estímulos exteriores, acalmando-se;
  6. Ajudar a pessoa a estabelecer a comunicação com a sua rede de suporte, familiares ou profissionais de saúde;
  7. Incentivar a autonomia e autoeficácia, ajudando a pessoa a utilizar as suas habilidades;

Qual o impacto dos ataques de pânico na produtividade e sustentabilidade da empresa?

Situações de stress no trabalho podem potencializar a ocorrência dos ataques de pânico ou agravamento dos sintomas. Trabalhadores que são regularmente expostos a horas excessivas de trabalho, metas irracionais, cargas de trabalho elevadas e/ou pressão  têm maior probabilidade de desenvolver um problema de Saúde Psicológica que pode incluir ataques de pânico.

Como vimos anteriormente, os ataques de pânico geralmente têm uma duração breve, contudo, os colaboradores não poderão trabalhar durante uma crise e é natural que após um episódio de pânico se sintam perturbados, o que pode comprometer o seu desempenho. O impacto que os ataques de pânico têm na produtividade e na taxa de absentismo no trabalho também depende da frequência com que ocorrem.

De acordo com a Ordem dos Piscólogos Portugueses (OPP), a perda de produtividade devida ao absentismo e ao presentismo originados por stresse e problemas de Saúde Psicológica pode custar às empresas portuguesas até €5,3 mil milhões por ano.

As empresas devem investir na prevenção e na promoção da Saúde Psicológica e do bem-estar, de forma a garantir o sucesso e a sustentabilidade das organizações. De acordo com a OPP, este investimento pode minimizar as perdas de produtividade pelo menos em 30%. As organizações que cuidam da Saúde Psicológica dos colaboradores colhem recompensas em termos de aumento da produtividade e retenção, bem como redução de ausências por doença. Assim, torna-se fundamnetal a construção de Locais de Trabalho Saudáveis, geradores de Saúde Psicológica e bem-estar, especialmente através da avaliação, prevenção e intervenção nos Riscos Psicossociais.

Como prevenir os ataques de pânico na organização?

  1. Promova um ambiente de trabalho saudável: valorize a saúde, motivação e bem-estar dos colaboradores, promova o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal.
  2. Estimule a comunicação compassiva: encoraje os colaboradores a falar sobre suas preocupações e sentimentos, trasmitindo segurança e empatia, de modo a reduzir o estigma associado às condições de saúde mental e a incentivar aqueles que precisam de apoio a procurá-lo.
  3. Ofereça apoio psicológico: crie parcerias com profissionais de saúde mental para fornecer apoio psicológico aos colaboradores através de sessões de terapia ou através da implementação de programas que ajudem os colaboradores a desenvolver habilidades de resilência.
  4. Crie um plano de ação para lidar com crises de pânico no ambiente de trabalho: isto pode incluir a definição de um lugar seguro e calmo onde o colaborador possa se acalmar, e um procedimento para procurar ajuda profissional, caso seja necessário.

As estratégias e políticas implementadas devem ser desenhadas para atender às necessidades específicas de cada organização e de cada colaborador, atendendo às suas particularidades. A comunicação, a educação continua e o compromisso com a saúde e o bem-estar dos colaboradores são pilares basilares para a promoção da Saúde Mental no ambiente de trabalho.

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